terça-feira, 7 de julho de 2009

O Nacimento De Uma Nação

O Nascimento De Uma Nação (The Birth Of A Nation)
D. W. Griffith

Não tenho nenhum problema em assistir filmes mudos e/ou preto e branco, mas confesso que "O Nascimento De Uma Nação" foi um desafio. Além de ser mudo e p&b, tem mais de 3 horas de duração. E pode-se dizer que são 3 horas muito bem representadas.
Muitos filmes coloridos e falados me deixaram com um tédio incrível, o que não aconteceu com esse. De fato, é um filme tenso, que assusta mesmo depois de mais de 90 anos de produzido.
Ao longo do filme, tentava buscar uma comparação com algum filme atual. E cheguei à esta: O Nascimento De Uma Nação, pra mim, é como se fosse Apocalypse Now do cinema moderno. Não que o roteiro seja parecido ou a temática, mas a aflição, o medo, a tensão que o filme causa.
The Birth Of A Nation foi considerado um filme altamente racista: aponta o negro como a causa de muitos problemas na época da reconstrução americana apóa a guerra civil. E claro, o branco como mocinho e herói da história. Ou melhor, a Ku Klux Klan, como a grande salvadora da sociedade americana.
Até que ponto Griffith acreditava realmente nisso não é possível saber. Mas em 1916 fez um filme como resposta às críticas chamado Intolerância (1916).
Vale lembrar que o filme é baseado em uma obra chamada The Clansman, de Thomas Dixon, que era, por si só, altamente racista. Fica a dúvida se O Nascimento De Uma Nação era tão fiel à obra literária ou se fazia parte do ponto de vista do diretor.
Fora este aspecto do filme, há uma série de inivações que o fazem como ponto inicial das grandes produções hollywoodianas: os primeiros close-ups faciais, a primeira trilha sonora orquestrada, cortes rápidos e câmeras em movimento. Vendo hoje, em 2009, o movimento de câmera parece completamente adequado às filmagens da nova safra de cinema (e dos antigos também que sofreram sua influência).
É um filme único, polêmico e, por vários aspectos, assustador.

Um comentário:

RobertoSegundo disse...

já ouvi falar desse filme ele fala sobre o KKK antes de se tornarem sinônimom de nazismo (embora fossem altamente racistas). muito bom. já vou add esse blog nos links