terça-feira, 22 de abril de 2008

Feral Children


Há um tempo atrás, uma das redações que eu tive que fazer foi sobre a felicidade. Se ela existia ou não. E quando comecei a escrever, percebi que a minha concepção de felicidade não é tão grandiosa e sim, muito simples.
Ninguém precisa de qualquer coisa pra ser feliz. O que tem que ser feito é saber dar aos fatos o valor que eles merecem. Assim como as pessoas. Não deve-se atribuir valores exorbitantes àquelas pessoas que não fazem a menor questão de tê-lo. O nosso dever é aproveitar ao máximo as oportunidades que a gente tem, pra não se arrepender depois. É como aquele ditado: certas coisas não batem duas vezes na mesma porta.
E depois de escrever, me perguntei de que jeito eu ia aprender a saber a que hora dar importância e a que hora esquecer certos assuntos. Acabei encontrando a resposta da maneira mais estranha: ouvindo um cd da Beth Orton. Comfort Of Strangers. Sempre gostei muito dela, mas nunca tinha parado pra prestar atenção nas letras e no que elas poderiam significar, exatamente, na situação que eu estava. E quando comecei a ouvir, duas músicas me chamaram muito a atenção e não consigo parar de ouví-las: don't need a reason e absinthe.
Tudo bem que não é a coisa mais grandiosa do mundo, mas me ajudou muito a pensar. E a conclusão foi que de dois meses pra cá, querendo ou não, tenho aprendido a saber valorizar as coisas na hora certa.

sábado, 19 de abril de 2008

A Enorme Sensibilidade (?) Brasileira

Essa semana, pensei em muitas coisas pra falar. E quando pensei em fazer meu blog a idéia principal foi falar de música, filme e, de vez em quando, alguma coisa que eu sentia. O problema é que tem muita coisa acontecendo.
E uma delas é a história da Isabela. A menina que o pai e a madrasta (?) mataram. E o que me veio à cabeça, sendo frio ou não, foi o quanto aquela situação era manipuladora do povo. Todo dia, casos como esse acontecem. Não é a coisa mais normal do mundo. Mas é fato que constantemente fatos como esse ocorrem. Porque será que só alguns tem toda essa repercussão que o "Caso Isabela" teve?.
Sinceramente, esta notícia que passa a cada jornal, seja televisivo ou não, a cada pequeno intervalo para transmissão dos últimos acontecimentos, me deixa tão revoltada e frustrada, quanto os que aparecem naquele caderno policial que muitas vezes as pessoas olham pra rir do sensacionalismo que é feito.
Não se pode negar a crueldade e frieza de que o fez. Mas não se pode negar o que anda por trás de todas essas notícias. Afinal, a polícia e a justiça brasileira realmente funcionam? Na minha opinião a solução desse caso não mostra nada. Pelo contrário, só me deixa lamentando mais a ignorância e passividade do povo. Então, se um dia acontecer isso comigo, eu quero toda a imprensa na minha casa, mostrando cada detalhe. Porque, afinal, a minha filha não seria diferente daquela criança.
O que falta não é descobrir quem matou e sim, porque que o nosso país precisa que todos fiquem sabendo da dor, da perda e do sofrimento de uma família pra que a verdade apareça? Sinceramente, o sensacionalismo não me comove. Me deixa com raiva, indignada, revoltada e com um sentimentos de injustiça.
É certo que nem todos os casos podem ser contados, mas porque algum deles são tão importantes? O que diferencia, como ser humano, a filha do advogado, da filha da empregada doméstica? São duas vidas, são duas crianças, são duas pessoas que foram assassinadas e precisam de justiça.
O que falta é aquele senso de pedir por justiça em qualquer situação. O povo brasileiro adora julgar e participar dos casos como se fossem uma espécie de detetives. Seja no Big Brother, no jogo de futebol , na política... Seria, realmente, a nossa sensibilidade ou a falta do que fazer?

domingo, 13 de abril de 2008

Não só de Hollywood...


É impressionante como filmes conseguem fazer com que a gente consiga encaixar aquilo que eles querem dizer tão subjetivamente, de uma forma tão óbvia.
Acho incrível como o ser humano precisa ser notado, elogiado e, quase, eternizado. Nem que seja na vida de pessoas comuns. E o mais curioso de tudo é que essa notoriedade é para atingir não somente uma pessoa, mas um grupo que a cerca.
No filme "Crepúsculo dos Deuses" (Sunset Boulevard) isso fica bem óbvio. A ex atriz de filmes mudos, Norma Desmond, procura, com sua volta, mostrar que ainda pode emocionar a maioria das pessoas.
E é mais ou menos o que eu penso. É essa necessidade de mostrar que ainda pode "acontecer" que me deixa frustrada. O comportamento que, na minha opinião, seria adequado é aquele em que você chama atenção, quer ser notado, por quem realmente lhe importa, não qualquer pessoa. Nem sempre essas pessoas precisam que alguém que só deseja ser notado, passe a fazer parte de sua vida.
Não adianta, todos, em algum momento, tiveram ou terão o comportamento de Norma Desmond. Que, a princípio, parece ser tão distante. Seja no aspecto de relacionamentos amorosos, de amizade, de trabalho ou para se diferenciar.